A segunda de Carnaval de 2021 foi um marco negativo na segunda onda da pandemia da Covid-19 em Goiás. É a primeira vez que a rede estadual de saúde, que atende a maior parte dos municípios, chega a um patamar tão alto de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados por pacientes com suspeita ou confirmação do coronavírus. A taxa de utilização chegou a 97% durante a manhã desta segunda-feira (15). Antes o máximo que este número havia chegado era 92,7%, segundo os dados oficiais da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Em resposta, o governo estadual abriu 35 novas vagas de UTI no mesmo dia, que já estavam no planejamento.
Na manhã de segunda havia 137 pessoas na fila à espera de UTI com perfil Covid-19 da rede estadual de Goiás. É o maior número da segunda onda. O pico, em 2020, foi de 198 pacientes aguardando transferência para uma vaga de UTI Covid-19. No começo da tarde eram 60 pessoas na fila para esse tipo de leito. Titular da SES-GO, Ismael Alexandrino, garante que a grande maioria dos pacientes é transferida em até 48 horas e que aguarda nas chamadas “salas vermelhas”, com a devida assistência.
Com recorde de ocupações, o Hospital de Campanha de Goiânia (HCamp) chegou a ficar com as cem UTIs lotadas, sem nenhuma vaga à disposição, assim como todas as UTIs com perfil coronavírus dos outros hospitais estaduais de Goiânia. Durante algumas horas, havia apenas nove vagas em hospitais estaduais do interior.
O secretário estadual de saúde avalia que houve uma mudança no cenário de internação para pacientes graves, em comparação com a primeira onda do vírus. Em 2020, houve uma diminuição na quantidade de hospitalização de pacientes que sofreram acidentes e em internações por outras doenças, o que possibilitou transformar algumas vagas de UTI geral para pacientes com Covid-19.
“No primeiro momento, em março e abril do ano ado, quase não tinha trauma, porque as pessoas não estavam na rua. Se houver necessidade a gente freia mais (outras internações)”, declara Alexandrino. O titular da SES-GO avalia, junto com outros gestores da rede pública e privada, sobre a possibilidade de diminuir a quantidade de procedimentos eletivos, aqueles que não são de urgência e emergência.
A rede estadual estava com um total de 626 leitos de UTI na noite desta segunda-feira (15), sendo que quase a metade (300) são exclusivos para coronavírus. No início de 2019, Goiás tinha cerca de 250 leitos de UTI na totalidade.
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